terça-feira, 30 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – O SURGIMENTO DE UM SANTO


Foi exatamente nessa fase que o Galo mudou a sua história.

O adversário era o Tijuana e lá fomos nós pro México, jogar na tão falada grama sintética. Gramado estranho, jogadores sem chuteira de trava, torcida lotando estádio e no fim do primeiro tempo já estava 2x0 para eles, Victor falhou em um dos gols. Placar inesperado para o melhor time da competição e que não havia sido derrotado em nenhuma partida importante na competição. Voltamos para o segundo tempo diferentes, Tardelli e Luan empataram o jogo, o gol de empate saiu no ultimo lance do jogo. Com o empate, uma vitoria simples ou empate com menos de 2 gols nos classificaria, eu e a maioria da torcida estávamos tranquilos quanto a classificação.

Nesse momento o mantra “Caiu no horto, tá morto” já havia se espalhado e popularizado. Então algum atleticano criativo teve a brilhante ideia de lançar uma campanha para todos irem ao estádio com a máscara do pânico, simbolizando a morte, a que todos estavam fadados ao entrar em campo contra o Galo no Independência. A campanha pegou e no dia do jogo por onde se andasse em BH via-se aquela máscara. Dentro de campo não era diferente, elas tomaram conta das arquibancadas e mesmo antes do jogo se ouvia o canto: Caiu no horto, tá morto! Caiu no horto, tá morto! Caiu no horto, tá morto!


Eu não tinha conseguido ingresso para o jogo, porque não tinha disponibilidade de ir para a fila e assisti o jogo lá em casa, com algumas amigas. Até na minha casa tinha uma máscara do pânico. Jogo começou e com menos de um minuto, na saída de bola, quase sofremos um gol. Ali já vimos que não era uma partida normal. Pouco tempo depois sofremos o gol, 1x0 para eles e definitivamente aquele jogo estava estranho. Galo jogando mal, perdendo em casa, clima pesado, até que em jogada de bola parada Réver faz o gol de empate. Fim de primeiro tempo e nosso único desejo era que tudo melhorasse na segunda etapa. 2° tempo morno, de futebol ruim e a única coisa que desejávamos era o fim do jogo, já que estávamos classificados. Até o momento de que o árbitro, o sr. Patricio Polic apita e marca pênalti para o Tijuana. Foi o único pênalti da minha breve história de vida em que não xinguei o juiz. Eu não conseguia.

Vou contar para vocês qual foi a minha visão e a minha experiência desse momento.
A minha primeira frase foi: Puta que pariu, é sempre assim né Galo? Toda vez é isso.
Depois continuei a minha reclamação: Não é possível, eu não acredito nisso, eu estou cansada disso Galo.
A quantidade de palavrões que disse, não posso nem repetir aqui.
Até que, a calma voz da Poli, ao meu lado, me disse o seguinte: Calma, quem sabe não é a hora do Victor se consagrar? Ele vai pegar. Escuta o que estou lhe dizendo. Aí você para de pegar no pé dele. (Apesar de senti vergonha disso hoje, eu realmente pegava muito no pé do Victor. Não confiava nele). Eu nem respondi, tamanha raiva estava no momento.
Uma de minhas amigas que estava assistindo o jogo, escutava simultaneamente no rádio e eu sempre disse para ela que não era para gritar antes do gol passar na TV, senão tomaria o fone dela. Mas naquele momento, no auge do desespero disse a ela: Liu, quando bater, pode falar antes. Vai amenizar o meu sofrimento.

Abaixei a cabeça e pedi a Deus para o Victor pegar, olhei para a TV já com os olhos marejados e vi o jogador do Tijuana parado em frente a bola. Não tive coragem de seguir olhando e abaixei a cabeça novamente, nesse momento a Liu gritou muito alto o nome do Victor e eu imediatamente me ajoelhei e chorei muito. Não conseguia nem agradecer naquele momento, eu apenas chorava e chorava e chorava. A partida terminou e eu não havia visto a defesa ainda, estava vivendo aquele momento. Fiquei a madrugada inteira acordada, vi e revi a defesa, ouvi todas as entrevistas, comecei a ouvir as narrações e sempre me emocionava novamente.

Fato que ocorre até hoje, escrevendo esse texto e me emocionando novamente. Aquela defesa mudou o Galo de patamar, mudou a nossa história. Não somos mais o time que sempre perde, mesmo sendo melhor. Não somos um time azarado. Não somos um time que não ganha copas. Mais do que nunca somos o Galo Forte e Vingador. E agora temos um Santo, o São Victor do Horto. Aquele 30 de Maio ficará guardado para sempre nos corações alinegros e ano após ano iremos saudar essa data e esse Santo, hoje fazem 4 anos e virão muitos outros e tantas outras homenagens e lembranças.





Um bom livro para quem gosta de saber da história de vários atleticanos, inclusive a versão do Santo desse momento é “O milagre do Horto”, de André Fidusi, Fernando Gregori, Frederico Jota.

Até a próxima etapa, daqui para frente é só virada épica! 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – O GÊNIO IMORTALIZANDO FRASES


Galo x SP era o jogo mais esperado das oitavas. As polêmicas causadas pelas declarações do Ronaldinho tomavam conta das manchetes. Verdade é que a responsabilidade era 100% do Galo, éramos o 1° geral e tínhamos “escolhido” o adversário.

1° jogo na capital paulista, e o tricolor foi com tudo pra cima do Galo e abriu o placar. 1x0 pra eles, Morumbi lotado, torcida empolgada, até que Lúcio(zagueiro do SP) foi expulso após falta em Bernard. Daí pra frente o Galo dominou a partida.
Em escanteio, já no fim do primeiro tempo, Ronaldinho cabeceia e marca o gol de empate. Explosão de alegria e a ali ele imortalizava a frase que estava escrita em uma bandeira, lá na arquibancada. Balançando os braços com muita raça, mostrando as veias, gritou a plenos pulmões: “AQUI É GALO”!
Segundo tempo e o Galo marcou o 2° gol, com Diego Tardelli. Saiu da capital paulista com a classificação bem adiantada.



Jogo de volta em BH, horto lotado e aquela energia maravilhosa por toda cidade. Resultado não poderia ser outro: Vitória do Galo. Melhor ainda, goleada do Galo. Jô em noite inspiradíssima, marcou 3 vezes. Tardelli completou o placar com gol de cobertura, Ceni definitivamente não iria gostar de jogar no Horto. Eles fizeram um gol e o placar final foi 4x1, mas isso não merece destaque.
Ao fim da partida, Ronaldinho foi entrevistado e a pergunta era sobre suas respostas no jogo da primeira fase, quando ele disse que estava lá apenas se divertindo. Aí então o Gênio imortalizou mais uma frase: “Quando tá valendo, tá valendo”! Nós aprendemos com R10 que jogo importantes precisam ser tratados diferentemente de jogos comuns.



E assim foi, passamos da primeira descrença de todos. Eliminamos o tradicional e multicampeão São Paulo. Tivemos frases imortalizadas pelo maios jogador que VI jogar. Nos consolidávamos como favoritos e nessa altura o nosso caldeirão já era temido por todos na América.


Que venham os mexicanos do Tijuana e quartas de final.


A próxima fase foi aquela que mudou a nossa história e não tem data melhor para sair, do que dia 30/05.


Conto com vocês!

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segunda-feira, 22 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – 1° FASE MÁGICA

Nossa jornada teve seu pontapé dado em uma quarta-feira de cinzas, no dia 13/02/13 (nenhuma data podia ser melhor), contra o multicampeão São Paulo. O clima na cidade era incrível, estávamos 100% envolvidos e motivados. Em um dos lances mais míticos de todos os tempos, abrimos o placar com gol de Jô! Ronaldinho se aproximou de Ceni e pediu água e nenhum marcador o acompanhou, Marcos Rocha viu R10 sozinho e do meio de campo cobrou um lateral até a entrada da área, Ronaldinho cruzou e encontrou Jô que abriu o placar.




Ampliamos o placar com gol de Réver e sofremos um gol no segundo tempo. Jogo terminou 2 x 1 e tínhamos iniciado nossa caminhada com uma vitória. 
Próxima parada, Argentina. Primeiro jogo fora e lá se vão milhares de atleticanos, viajando para apoiar o Galo. Deu certo, Galo venceu por 5 x 2 com gol de Bernard(3), Tardelli e Jô. 
Depois, em casa, vencemos o The Strongest por 2 x 1 com gols de Ronaldinho e Jô. Esses bolivianos são cascudos e foram de longe o adversário mais difícil dessa primeira fase. 
Hora de jogar na temida altitude, fomos lá e vencemos. Até hoje, 2017, eles não voltaram a perder em casa pela Libertadores o que deixa essa vitória ainda maior. Tardelli abriu o placar e o zagueirão boliviano ajudou fazendo gol contra e no final da partida vencemos por 2 x 1 novamente. 
Esses placares repetidos, chegam a ser engraçados. Nosso próximo passo foi em casa contra o Arsenal e adivinhem o placar? Sim, 5 x 2. Tivemos gols para todos os gostos, mas o gol do Ronaldinho foi uma das coisas mais lindas que já vi. Nesse jogo ele fez 2, os outros gols foram de Tardelli, Luan e Alecsandro. Fato negativo foi a confusão que os argentinos fizeram, quebraram vestiário e até trocaram agressões com os policiais.




    
Nessa altura já estávamos classificados e éramos os donos da melhor campanha entre todos os times da competição, mas tínhamos mais um jogo. Perdemos pro São Paulo no Morumbi em um grande treino. Com o resultado acabamos por escolher nosso adversário da próxima fase, o próprio São Paulo. Na saída de campo Ronaldinho deu uma polêmica entrevista, dizendo que estava ali para se divertir e que era apenas um treino. Essa declaração deixou alguns São Paulinos nervosos. 

O que importava era que estávamos classificados e éramos os melhores. 
O próximo passo será as oitavas e eu adorei essa fase. 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL

Ah, como é bom lembrar da Liberadores de 2013! 

E principalmente, como foi bom VIVER aquela LibertadoresO final todos já sabem, então vou traçar os passos até aquele fim épico. Passo-a-passo, com cada fato que me marcou como atleticana e gostaria que vocês dividissem comigo, como você torcedor atleticano, viveu esse mesmo momento.




Nosso título não se iniciou em Janeiro de 2013, o começo foi em 2012. Primeiramente, Kalil contratou Victor, que até aquele momento ainda não era santo. Eu sempre ouvi dizer que um grande time começa por um grande goleiro, mas só aprendi isso de verdade em 2013. 
Logo depois contratou Ronaldinho Gaúcho e eu já sabia que nenhum time é campeão sem ter um bom “camisa 10” e nós tivemos o melhor possível. Sempre torci pelo sucesso do R10, em alguns momentos até de maneira inconsciente. Até mesmo quando estava em times que eu não gostava muito, como Barcelona e Flamengo, eu gostava de vê-lo jogar e eu tive a oportunidade de ver ele com a camisa do Galo. 

Não deu para ser campeão brasileiro naquele ano(2012) e na última rodada dependíamos de uma combinação de resultados para classificar diretamente para a fase de grupos da Libertadores, um resultado era a vitória no clássico (fácil) e o outro era pelo menos um empate no “Grenal”(imprevisível) e deu tudo certo. O Grêmio empatou e ficou com a 3° colocação, nós vencemos e ficamos em 2° lugar, classificados para fase de grupos. No fim daquele clássico, jogadores reunidos no centro de campo e aguardando o resultado final da outra partida, ao fim do jogo no sul vi cada um comemorando muito aquela classificação e sabia o quanto era importante aquela classificação, era uma conquista. Depois de muitos anos, estávamos de volta a competição mais importante do continente e dessa vez era para ser campeão.


Próximo passo: Sorteio de grupos. Eu não preciso nem me delongar muito no assunto sorte de atleticano, não é? (lembre-se que estamos falando do final de 2012 e início de 2013).

Então, caímos no grupo da morte. Tínhamos em nosso grupo um time Argentino, um Boliviano que joga na altitude e um Brasileiro que era simplesmente o maior campeão da Libertadores em nosso país.  
Em momento nenhum tememos qualquer um de nossos adversários, respeitamos sim, mas nunca tememos. 

Copa Libertadores era uma obsessão no Galo, quem afirma isso é Alexandre Kalil, o presidente daquela conquista. A hierarquia do Galo foi passando esse sentimento para comissão técnica, funcionários, jogadores e obviamente chegou a torcida. Nada mais nos importava, queríamos a Libertadores e ponto.

Próximo texto será publicado no dia 22/05 e será o relato da 1° fase. Conto com vocês!

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