terça-feira, 11 de julho de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – A MAIOR FINAL DE TODOS OS TEMPOS



Ali estávamos nós, primeira final de Libertadores. O adversário era conhecido, Olímpia, tri campeão da competição. O primeiro jogo era em Assunção e a volta em BH. Não poderíamos jogar no Independência por causa da capacidade ser menor que 40 mil pessoas, perdíamos ali um grande aliado. O caldeirão que se criava nos jogos no Horto foi um grande trunfo durante a competição e perdê-lo logo na final foi um golpe forte.
Mas nada que afetasse a nossa confiança, o Galo é muito superior, mas tínhamos que confirmar isso em campo.

Jogo de ida, 16/07, quarta-feira.  Tomamos um gol no primeiro tempo, com o jogador paraguaio saindo da ponta direita e cortando para o meio, finalizou no canto esquerdo do Santo.  No segundo tempo, tivemos uma chance com o artilheiro Jô e Martim Silva fez grande defesa. No ultimo lance da partida, falta perigosa e em confusão de Alecsandro (que atrapalhou a defesa de Victor) sofremos o segundo gol. Acreditem perdemos de 2x0 novamente.

No dia 24/07, jogo de volta. Mineirão lotado e recorde de renda, mais de 14 milhões. Mosaico escrito YES, WE CAM. Torcida ecoando o mantra: EU ACREDITO, EU ACREDITO, EU ACREDITO.
Nada poderia dar errado naquela noite.

Galo pressionando desde o primeiro minuto de jogo, time com intensidade e goleiro adversário fazendo defesas incríveis. Esse é o relato do primeiro tempo. Durante o intervalo, certo clima de apreensão, mas nunca o de dúvida. Tínhamos convicção plena de que seríamos campeões.

Logo no inicio do segundo tempo, gol do Jô. Nosso artilheiro não iria nos desamparar. Segue o Galo pressionando, até que no meio da segunda etapa o atacante Ferreira é lançado e Victor sai do gol para interceptar o lançamento fora da área. Na dividida o atacante levou a melhor e o gol estava sem proteção alguma, foi ali que aconteceu um dos lances mais marcantes da história: Ferreira escorregou e caiu no gramado do Mineirão. Sem ninguém o tocar, pelo menos ninguém que possamos enxergar a olho nu. Após os 40 minutos de etapa final zagueiro já virava centroavante e foi assim, aos 42 minutos, em um cruzamento de Bernard que Leo Silva fez o gol que levaria a disputa para os pênaltis. Foi aos 42 que aquela camisa 3 se eternizou em nossa memória, naquele cabeceio que demorou longos 3 segundos para tocar as redes eu fui LIBERTADA.
Prorrogação se passou e vamos a decisão em cobranças de pênaltis. A confiança explodiu no coração alvinegro. Tínhamos São Victor, Ronaldinho e o Eu Acredito.

Olímpia começa batendo com Miranda e... adivinhem? Victor defendeu. 
Alecsandro converteu calmamente.
Ferreira, seguro também converteu.
Guilherme, também com muita tranquilidade marcou.
Candia, também muito seguro fez.
Jô, deslocou o goleiro e fez.
Aranda, empatou.
Leonardo Silva, já herói converteu brilhantemente.
Giménez correu para a bola e a trave ele acertou.


O GALO É CAMPEÃO DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA!


Todas as nossas angústias, o passado dolorido, o sofrimento, o azar, tudo ficou pra trás, fomos libertados!

E SIM, NÓS PODEMOS. NÓS VENCEMOS.


Como disse Roberto Drumond: “Mas quando o lado heroico do Atlético prevalece, ele sempre sai de campo glorificado”.

terça-feira, 6 de junho de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – YES, WE CAM!


O adversário dessa  fase era o New’s Old Boys, mais conhecido por ser o time de Messi (único que ele jogou na Argentina) e a imprensa pintava como final antecipada. Os argentinos tinham Scoco em fase incrível e Maxi Rodrigues veterano bom de bola como pilares da caminhada até ali. Como detínhamos a melhor campanha decidiríamos em casa, então lá fomos nós para Argentina, com a ideia clara de que conseguiríamos um resultado que nos desse a tranquilidade para decidir em casa, onde estávamos imbatíveis. Mas não seria fácil, por suspensão devido a cartões, Réver e Léo Silva também estavam fora. Donizete também estava fora. Não bastava se a primeira semifinal da nossa história, tinha que ser contra argentinos e tinha que ser cheio de desfalques.
Perdemos por 2 x 0 e advinha de quem foram os gols? Exatamente Scoco e Maxi Rodrigues, tão previsível. O que mais pesava para o Galo era o fato de não poder tomar gol, precisar fazer para o nosso time era tranquilo (melhor ataque da competição).

O que acontece depois disso é o mais impressionante.

Entre a ida e a volta, tínhamos um jogo pelo campeonato brasileiro e quando o time chega ao estádio o técnico Cuca desce do ônibus com uma camisa escrita: YES, WE CAM! Remetia a campanha de Barack Obama, mas o CAM não era de podemos, era de Clube Atlético Mineiro. E naquele momento nós acreditamos que Sim, nós podemos classificar. Naquele momento nasceu o nosso grito libertador: EU ACREDITO, EU ACREDITO.
Alguns argentinos vieram acompanhar o News e tinha certeza da classificação, fizeram piada com Ronaldinho e debocharam no nosso caldeirão. Dormir? Isso eles não conseguiram. Assim como não deram descanso a nossa torcida e jogadores na argentina, nossa torcida pagou na mesma moeda e nas redondezas do hotel onde estavam só se escutava foguetórios e gritos de Galo.
Já no jogo, Cuca veio com a sua tradicional camisa preta, estampada com Nossa Senhora. A fé dele é contagiosa. Ronaldinho, capitão naquele jogo, chamava a torcida para participar e antes do jogo o clima era o melhor possível.

Eu acreditava de verdade na virada do Galo, mas o sentimento era misto. Tinha uma apreensão muito grande. Com menos de 3 minutos de jogo Tardelli intercepta um passe e toca para R10, que deixa Bernard na cara do gol, o garoto franzino marca e nos deixa a frente. Tive ali a impressão que seria fácil, mas foi só impressão. Jogo amarrado, Galo tentava pressionar e News tentava contra-atacar. Goleiro adversário fazendo pequenos milagres e aos 35 minutos em dividida com Tardelli se machuca e precisou de curativo e faixa na narina e testa, pênalti pro Galo e o juiz não deu e ainda amarelou Bernard pela reclamação (estava fora da 1° partida da final em caso de classificação), fim de primeiro tempo e ainda faltava pelo menos 1 gol. Segundo tempo tenso e sem grandes chances, Galo perdeu a intensidade e jogo estava frio. 
De repente os refletores do estádio se apagam, alguns dizem que foram os secadores azuis que fizeram a luz acabar outros afirmam que papai Kalil mandou desligar, eu não sei qual a verdade, mas sei que esse apagão foi fundamental para reanimar o Galo. Durante a parada a torcida se inflamou no grito de EU ACREDITO e o time acreditou junto. Cuca fez substituições que TODO atleticano criticou na hora, entraram Guilherme e Alecsandro, saíram Tardelli e Bernard. Eu não conseguia acreditar que o Cuca estava fazendo aquilo, até que aos 50 minutos, em um chute de fora da área Guilherme faz o segundo gol do Galo. Vamos para os pênaltis. Acreditamos no Galo e em nosso Santo, o São Victor. Nós começamos batendo.

Alecsandro, gol. Scoco, gol com cavadinha.
Guilherme, gol. Vergini, gol.
Jô, pra fora. Casco, errou.
Richarlisson, isolou. Cruzado, pra fora.
Ronaldinho, gol. Maxi Rodrigues, Viiiiiiiiiiiiictor defende.



Estamos classificados para nossa primeira final de Libertadores, agora mais do que nunca: EU ACREDITO.

terça-feira, 30 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – O SURGIMENTO DE UM SANTO


Foi exatamente nessa fase que o Galo mudou a sua história.

O adversário era o Tijuana e lá fomos nós pro México, jogar na tão falada grama sintética. Gramado estranho, jogadores sem chuteira de trava, torcida lotando estádio e no fim do primeiro tempo já estava 2x0 para eles, Victor falhou em um dos gols. Placar inesperado para o melhor time da competição e que não havia sido derrotado em nenhuma partida importante na competição. Voltamos para o segundo tempo diferentes, Tardelli e Luan empataram o jogo, o gol de empate saiu no ultimo lance do jogo. Com o empate, uma vitoria simples ou empate com menos de 2 gols nos classificaria, eu e a maioria da torcida estávamos tranquilos quanto a classificação.

Nesse momento o mantra “Caiu no horto, tá morto” já havia se espalhado e popularizado. Então algum atleticano criativo teve a brilhante ideia de lançar uma campanha para todos irem ao estádio com a máscara do pânico, simbolizando a morte, a que todos estavam fadados ao entrar em campo contra o Galo no Independência. A campanha pegou e no dia do jogo por onde se andasse em BH via-se aquela máscara. Dentro de campo não era diferente, elas tomaram conta das arquibancadas e mesmo antes do jogo se ouvia o canto: Caiu no horto, tá morto! Caiu no horto, tá morto! Caiu no horto, tá morto!


Eu não tinha conseguido ingresso para o jogo, porque não tinha disponibilidade de ir para a fila e assisti o jogo lá em casa, com algumas amigas. Até na minha casa tinha uma máscara do pânico. Jogo começou e com menos de um minuto, na saída de bola, quase sofremos um gol. Ali já vimos que não era uma partida normal. Pouco tempo depois sofremos o gol, 1x0 para eles e definitivamente aquele jogo estava estranho. Galo jogando mal, perdendo em casa, clima pesado, até que em jogada de bola parada Réver faz o gol de empate. Fim de primeiro tempo e nosso único desejo era que tudo melhorasse na segunda etapa. 2° tempo morno, de futebol ruim e a única coisa que desejávamos era o fim do jogo, já que estávamos classificados. Até o momento de que o árbitro, o sr. Patricio Polic apita e marca pênalti para o Tijuana. Foi o único pênalti da minha breve história de vida em que não xinguei o juiz. Eu não conseguia.

Vou contar para vocês qual foi a minha visão e a minha experiência desse momento.
A minha primeira frase foi: Puta que pariu, é sempre assim né Galo? Toda vez é isso.
Depois continuei a minha reclamação: Não é possível, eu não acredito nisso, eu estou cansada disso Galo.
A quantidade de palavrões que disse, não posso nem repetir aqui.
Até que, a calma voz da Poli, ao meu lado, me disse o seguinte: Calma, quem sabe não é a hora do Victor se consagrar? Ele vai pegar. Escuta o que estou lhe dizendo. Aí você para de pegar no pé dele. (Apesar de senti vergonha disso hoje, eu realmente pegava muito no pé do Victor. Não confiava nele). Eu nem respondi, tamanha raiva estava no momento.
Uma de minhas amigas que estava assistindo o jogo, escutava simultaneamente no rádio e eu sempre disse para ela que não era para gritar antes do gol passar na TV, senão tomaria o fone dela. Mas naquele momento, no auge do desespero disse a ela: Liu, quando bater, pode falar antes. Vai amenizar o meu sofrimento.

Abaixei a cabeça e pedi a Deus para o Victor pegar, olhei para a TV já com os olhos marejados e vi o jogador do Tijuana parado em frente a bola. Não tive coragem de seguir olhando e abaixei a cabeça novamente, nesse momento a Liu gritou muito alto o nome do Victor e eu imediatamente me ajoelhei e chorei muito. Não conseguia nem agradecer naquele momento, eu apenas chorava e chorava e chorava. A partida terminou e eu não havia visto a defesa ainda, estava vivendo aquele momento. Fiquei a madrugada inteira acordada, vi e revi a defesa, ouvi todas as entrevistas, comecei a ouvir as narrações e sempre me emocionava novamente.

Fato que ocorre até hoje, escrevendo esse texto e me emocionando novamente. Aquela defesa mudou o Galo de patamar, mudou a nossa história. Não somos mais o time que sempre perde, mesmo sendo melhor. Não somos um time azarado. Não somos um time que não ganha copas. Mais do que nunca somos o Galo Forte e Vingador. E agora temos um Santo, o São Victor do Horto. Aquele 30 de Maio ficará guardado para sempre nos corações alinegros e ano após ano iremos saudar essa data e esse Santo, hoje fazem 4 anos e virão muitos outros e tantas outras homenagens e lembranças.





Um bom livro para quem gosta de saber da história de vários atleticanos, inclusive a versão do Santo desse momento é “O milagre do Horto”, de André Fidusi, Fernando Gregori, Frederico Jota.

Até a próxima etapa, daqui para frente é só virada épica! 

sexta-feira, 26 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – O GÊNIO IMORTALIZANDO FRASES


Galo x SP era o jogo mais esperado das oitavas. As polêmicas causadas pelas declarações do Ronaldinho tomavam conta das manchetes. Verdade é que a responsabilidade era 100% do Galo, éramos o 1° geral e tínhamos “escolhido” o adversário.

1° jogo na capital paulista, e o tricolor foi com tudo pra cima do Galo e abriu o placar. 1x0 pra eles, Morumbi lotado, torcida empolgada, até que Lúcio(zagueiro do SP) foi expulso após falta em Bernard. Daí pra frente o Galo dominou a partida.
Em escanteio, já no fim do primeiro tempo, Ronaldinho cabeceia e marca o gol de empate. Explosão de alegria e a ali ele imortalizava a frase que estava escrita em uma bandeira, lá na arquibancada. Balançando os braços com muita raça, mostrando as veias, gritou a plenos pulmões: “AQUI É GALO”!
Segundo tempo e o Galo marcou o 2° gol, com Diego Tardelli. Saiu da capital paulista com a classificação bem adiantada.



Jogo de volta em BH, horto lotado e aquela energia maravilhosa por toda cidade. Resultado não poderia ser outro: Vitória do Galo. Melhor ainda, goleada do Galo. Jô em noite inspiradíssima, marcou 3 vezes. Tardelli completou o placar com gol de cobertura, Ceni definitivamente não iria gostar de jogar no Horto. Eles fizeram um gol e o placar final foi 4x1, mas isso não merece destaque.
Ao fim da partida, Ronaldinho foi entrevistado e a pergunta era sobre suas respostas no jogo da primeira fase, quando ele disse que estava lá apenas se divertindo. Aí então o Gênio imortalizou mais uma frase: “Quando tá valendo, tá valendo”! Nós aprendemos com R10 que jogo importantes precisam ser tratados diferentemente de jogos comuns.



E assim foi, passamos da primeira descrença de todos. Eliminamos o tradicional e multicampeão São Paulo. Tivemos frases imortalizadas pelo maios jogador que VI jogar. Nos consolidávamos como favoritos e nessa altura o nosso caldeirão já era temido por todos na América.


Que venham os mexicanos do Tijuana e quartas de final.


A próxima fase foi aquela que mudou a nossa história e não tem data melhor para sair, do que dia 30/05.


Conto com vocês!

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segunda-feira, 22 de maio de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – 1° FASE MÁGICA

Nossa jornada teve seu pontapé dado em uma quarta-feira de cinzas, no dia 13/02/13 (nenhuma data podia ser melhor), contra o multicampeão São Paulo. O clima na cidade era incrível, estávamos 100% envolvidos e motivados. Em um dos lances mais míticos de todos os tempos, abrimos o placar com gol de Jô! Ronaldinho se aproximou de Ceni e pediu água e nenhum marcador o acompanhou, Marcos Rocha viu R10 sozinho e do meio de campo cobrou um lateral até a entrada da área, Ronaldinho cruzou e encontrou Jô que abriu o placar.




Ampliamos o placar com gol de Réver e sofremos um gol no segundo tempo. Jogo terminou 2 x 1 e tínhamos iniciado nossa caminhada com uma vitória. 
Próxima parada, Argentina. Primeiro jogo fora e lá se vão milhares de atleticanos, viajando para apoiar o Galo. Deu certo, Galo venceu por 5 x 2 com gol de Bernard(3), Tardelli e Jô. 
Depois, em casa, vencemos o The Strongest por 2 x 1 com gols de Ronaldinho e Jô. Esses bolivianos são cascudos e foram de longe o adversário mais difícil dessa primeira fase. 
Hora de jogar na temida altitude, fomos lá e vencemos. Até hoje, 2017, eles não voltaram a perder em casa pela Libertadores o que deixa essa vitória ainda maior. Tardelli abriu o placar e o zagueirão boliviano ajudou fazendo gol contra e no final da partida vencemos por 2 x 1 novamente. 
Esses placares repetidos, chegam a ser engraçados. Nosso próximo passo foi em casa contra o Arsenal e adivinhem o placar? Sim, 5 x 2. Tivemos gols para todos os gostos, mas o gol do Ronaldinho foi uma das coisas mais lindas que já vi. Nesse jogo ele fez 2, os outros gols foram de Tardelli, Luan e Alecsandro. Fato negativo foi a confusão que os argentinos fizeram, quebraram vestiário e até trocaram agressões com os policiais.




    
Nessa altura já estávamos classificados e éramos os donos da melhor campanha entre todos os times da competição, mas tínhamos mais um jogo. Perdemos pro São Paulo no Morumbi em um grande treino. Com o resultado acabamos por escolher nosso adversário da próxima fase, o próprio São Paulo. Na saída de campo Ronaldinho deu uma polêmica entrevista, dizendo que estava ali para se divertir e que era apenas um treino. Essa declaração deixou alguns São Paulinos nervosos. 

O que importava era que estávamos classificados e éramos os melhores. 
O próximo passo será as oitavas e eu adorei essa fase.