Ali estávamos nós, primeira final de Libertadores. O adversário era conhecido, Olímpia, tri campeão da competição. O primeiro jogo era em Assunção e
a volta em BH. Não poderíamos jogar no Independência por causa da capacidade
ser menor que 40 mil pessoas, perdíamos ali um grande aliado. O caldeirão que
se criava nos jogos no Horto foi um grande trunfo durante a competição e
perdê-lo logo na final foi um golpe forte.
Mas nada que afetasse a nossa
confiança, o Galo é muito superior, mas tínhamos que confirmar isso em campo.
Jogo de ida, 16/07, quarta-feira. Tomamos um gol no primeiro tempo, com o
jogador paraguaio saindo da ponta direita e cortando para o meio, finalizou no
canto esquerdo do Santo. No segundo
tempo, tivemos uma chance com o artilheiro Jô e Martim Silva fez grande defesa.
No ultimo lance da partida, falta perigosa e em confusão de Alecsandro (que
atrapalhou a defesa de Victor) sofremos o segundo gol. Acreditem perdemos de
2x0 novamente.
No dia 24/07, jogo de volta.
Mineirão lotado e recorde de renda, mais de 14 milhões. Mosaico escrito YES, WE
CAM. Torcida ecoando o mantra: EU ACREDITO, EU ACREDITO, EU ACREDITO.
Nada poderia dar errado naquela
noite.
Galo pressionando desde o
primeiro minuto de jogo, time com intensidade e goleiro adversário fazendo
defesas incríveis. Esse é o relato do primeiro tempo. Durante o intervalo, certo
clima de apreensão, mas nunca o de dúvida. Tínhamos convicção plena de que
seríamos campeões.
Logo no inicio do segundo tempo, gol
do Jô. Nosso artilheiro não iria nos desamparar. Segue o Galo pressionando, até
que no meio da segunda etapa o atacante Ferreira é lançado e Victor sai do gol
para interceptar o lançamento fora da área. Na dividida o atacante levou a
melhor e o gol estava sem proteção alguma, foi ali que aconteceu um dos lances
mais marcantes da história: Ferreira escorregou e caiu no gramado do Mineirão.
Sem ninguém o tocar, pelo menos ninguém que possamos enxergar a olho nu. Após
os 40 minutos de etapa final zagueiro já virava centroavante e foi assim, aos
42 minutos, em um cruzamento de Bernard que Leo Silva fez o gol que levaria a
disputa para os pênaltis. Foi aos 42 que aquela camisa 3 se eternizou em nossa
memória, naquele cabeceio que demorou longos 3 segundos para tocar as redes eu
fui LIBERTADA.
Prorrogação se passou e vamos a
decisão em cobranças de pênaltis. A confiança explodiu no coração alvinegro.
Tínhamos São Victor, Ronaldinho e o Eu Acredito.
Olímpia começa batendo com
Miranda e... adivinhem? Victor defendeu.
Alecsandro converteu calmamente.
Ferreira, seguro também converteu.
Guilherme, também com muita tranquilidade marcou.
Candia, também muito seguro fez.
Jô, deslocou o goleiro e fez.
Aranda, empatou.
Leonardo Silva, já herói converteu brilhantemente.
Giménez correu para a bola e a trave ele acertou.
O GALO É CAMPEÃO DA COPA LIBERTADORES DA AMÉRICA!
Todas as nossas angústias, o passado dolorido, o sofrimento, o azar, tudo ficou pra trás, fomos libertados!
E SIM, NÓS PODEMOS. NÓS VENCEMOS.
Como disse Roberto Drumond: “Mas quando o lado heroico do Atlético prevalece, ele sempre sai de campo glorificado”.