Cruzeiro 2 x 1 Atlético - Salve Salve Atleticanos,
o 1º de Abril é mundialmente conhecido como dia da mentira, data maldita que
sempre um engraçadinho vem com uma piadinha, 90% das vezes de mau gosto que apenas
diverte pelos 2 segundos iniciais ou as vezes nem isso.
Fonte: Superesportes.com |
Para o Atleticano 7 jogos sem vencer o rival
Cruzeiro parece uma piada de primeiro de abril, custa a digerir, custa a
acreditar. Até porque nos melhores momentos da história dos rivais o Atlético
sempre venceu clássicos. Era assim com o time de Tostão, era assim com o time
de Joãozinho, Raul e Nelinho, era assim também com o time do Palinha, do Alex
Alves, do Alex Talento, e foi assim principalmente com o time de Everton
Ribeiro e Ricardo Goulart. Essa mística inclusive foi inspiração para que a
torcida elaborasse talvez uma das musiquinhas mais sensacionais das
arquibancadas desse Brasil varonil, a famosa: “Maria eu sei que você treme...”
Zoeira da melhor qualidade oriunda de uma declaração do ex jogador azul Paulo
Roberto Costa, lateral que jogou pelo lado de lá nos anos 80/90 que admitiu o “recibo”,
o medo, a tremedeira por parte dos palestrinos.
Entretanto de 7 jogos para cá o elenco
atleticano parece estar vivendo um eterno primeiro de abril, uma mentira, um
pesadelo que está demorando demais a passar. Não se pode ficar tanto tempo
assim sem vencer um clássico!
Tá certo que os psicólogos do esporte atestam
um negócio chamado zona de conforto, principalmente pelo fato que de 2015 pra
cá o time do outro lado caiu muito tecnicamente. O Atlético não vê a raposa nem
no retrovisor do Fábio de Costas e por conta desse suposto salto alto não tem
entrado nos clássicos como se deve entrar: com a faca entre os dentes, como se
fosse a última batalha.
A derrota de ontem talvez seja a menos
importante desse conjunto de 7 jogos, tendo em vista que a fase inicial da Rural’s
League já está definida e já estamos em primeiro. Porém acredito que finalmente
senti a insatisfação necessária com um resultado desse. Jogador não pode achar
normal perder clássico, e finalmente pelo tom das entrevistas pós-jogo parece
que ascenderam a luz amarela, acordaram para a vida.
O jogo em si se fosse uma peça ou um filme de
Hollywood poderia ser muito bem definido em três atos: O Galo no seu
tradicional 4-4-1-1 (me recuso a chamar de 4-1-4-1 pois Carioca e Elias jogam
alinhados) foi a campo com Giovanni, Rocha, Leo Silva, Gabriel e Fábio Santos,
Otero, Elias, Carioca e Cazares, Robinho e Fred.
Com 1 minuto e 30 segundos Marcos Rocha,
indiscutivelmente o melhor lateral direito do Brasil, foi moleque na saída de
bola errou um passe infantil armou o contra-ataque azul, tudo que um time
pequeno quer quando joga acuado, que foi suficiente para Thiago Neves chutar e
Giovanni aceitar, sim foi uma falha grotesca do nosso goleiro, aquela bola
nunca poderia passar onde passou.
Fonte: Superesporte.com |
Com o placar contrário a equipe de Roger
Machado não se assustou, manteve seu padrão de trocas, de posse, aos 24 minutos
do primeiro tempo chegou a ter 71% de posse de bola, domínio territorial
absoluto sobre um Cruzeiro que mesmo com maioria de torcida, jogando “em casa”
optou pelo respeito e pelos contra-ataques, coisa de um time que sabe suas
limitações e sabe contra quem está jogando.
Aos 25 minutos o segundo ato começou, falta
lateral, bola na área: Fred solta o braço em Manuel. Eu sinceramente não vi
maldade no lance, um cartãozinho amarelo estava de bom tamanho, mas o
centroavante foi infantil dando mole para o azar principalmente pelo fato da
arbitragem mineira estar bem pressionada pelo lado azul. Já que faz um tempo
que eles só comemoram Super Liga de Vôlei.
Fonte: Globo.com |
Com um a menos tudo que Roger Machado havia
planejado foi por água abaixo, tendo em vista que a superioridade numérica deu
ao Cruzeiro controle do jogo que até então não tinha. O Galo por sua vez se
descontrolou emocionalmente, algo normal. A ponto de Roger fazer uma
substituição que deveria ser feita no ato da expulsão. Se estamos com um a
menos, há de entrar em campo quem joga por dois, quem tem sangue quente nas
veias, quem já viveu e venceu inúmeros clássicos, inclusive valendo título
nacional. Falo do menino maluquinho Luan. Sua entrada organizou um pouco a
equipe.
Na segunda etapa mesmo com um a menos o time
tentava, a torcida pode cobrar várias coisas menos omissão desses jogadores,
principalmente do nosso camisa 8, Elias, que não fez um jogo tecnicamente
perfeito, errou muitos passes, mas ao mesmo tempo quando o caldo estava
entornado foi o cara que chamou a responsabilidade, principalmente nos momentos
ofensivos.
Porém em mais uma mentira desse primeiro de
abril quando Atlético esboçava uma reação mais contundente mesmo com um a
menos, em um misto de infantilidade da zaga, mão mole do goleiro e sim erro de
arbitragem (Thiago Neves estava irregular) o Cruzeiro ampliou o placar com
Arrascaeta.
Roger então colocou o outro homem que joga por
dois e joga por nós, pois saiu da arquibancada direto ao gramado. He-Man fez o
que tem feito, é um Tanker. Centroavante rompedor, lembrando os áureos tempos
de Dadá Peito de Aço e numa jogada em que ele estava sozinho se degladiando
contra três, a bola sobrou para Elias marcar o gol de honra. 2x1.
Fonte: Atlético/Bruno Cantini |
Os minutos finais talvez foram a melhor
lembrança para a torcida tanto nossa quanto a dos rivais, para nossos
jogadores, para o técnico, para todos que estivessem envolvidos ali de quem é o
Atlético. Foram 5 minutos de verdade, de coração na ponta da chuteira, de
superação e sim de cagaço do outro lado, pois onde já se viu 35 mil contra 5, o
time dos 5 mil perdendo e só se escutava Galo no fim do jogo. Aos 49 minutos,
fraldas azulinas foram trocadas, Rafael Moura colocou a bola pra dentro, seria
o empate apoteótico se não fosse a bandeira do homem de amarelo, mais uma
mentira para esse primeiro de abril.
No fim das contas aquele final de jogo parece
que devolveu o brio que faltava aos nossos jogadores e sim também lembrou aos
cruzeirenses que a tremedeira sempre está com eles, que o cagaço é deles.
E para fechar amigos, vamos reencontrar os azuis na final, e como diria
um certo Bruxo: “quando tá valendo, tá valendo”. Que o primeiro de abril
continue sendo o dia da mentira.
Saudações Alvinegras
Somos Galo!
Por: Matheus Henrique Fernandes (Mhfernandes89)