terça-feira, 6 de junho de 2017

LEMBRANÇAS: UMA LIBERTADORES INESQUECÍVEL – YES, WE CAM!


O adversário dessa  fase era o New’s Old Boys, mais conhecido por ser o time de Messi (único que ele jogou na Argentina) e a imprensa pintava como final antecipada. Os argentinos tinham Scoco em fase incrível e Maxi Rodrigues veterano bom de bola como pilares da caminhada até ali. Como detínhamos a melhor campanha decidiríamos em casa, então lá fomos nós para Argentina, com a ideia clara de que conseguiríamos um resultado que nos desse a tranquilidade para decidir em casa, onde estávamos imbatíveis. Mas não seria fácil, por suspensão devido a cartões, Réver e Léo Silva também estavam fora. Donizete também estava fora. Não bastava se a primeira semifinal da nossa história, tinha que ser contra argentinos e tinha que ser cheio de desfalques.
Perdemos por 2 x 0 e advinha de quem foram os gols? Exatamente Scoco e Maxi Rodrigues, tão previsível. O que mais pesava para o Galo era o fato de não poder tomar gol, precisar fazer para o nosso time era tranquilo (melhor ataque da competição).

O que acontece depois disso é o mais impressionante.

Entre a ida e a volta, tínhamos um jogo pelo campeonato brasileiro e quando o time chega ao estádio o técnico Cuca desce do ônibus com uma camisa escrita: YES, WE CAM! Remetia a campanha de Barack Obama, mas o CAM não era de podemos, era de Clube Atlético Mineiro. E naquele momento nós acreditamos que Sim, nós podemos classificar. Naquele momento nasceu o nosso grito libertador: EU ACREDITO, EU ACREDITO.
Alguns argentinos vieram acompanhar o News e tinha certeza da classificação, fizeram piada com Ronaldinho e debocharam no nosso caldeirão. Dormir? Isso eles não conseguiram. Assim como não deram descanso a nossa torcida e jogadores na argentina, nossa torcida pagou na mesma moeda e nas redondezas do hotel onde estavam só se escutava foguetórios e gritos de Galo.
Já no jogo, Cuca veio com a sua tradicional camisa preta, estampada com Nossa Senhora. A fé dele é contagiosa. Ronaldinho, capitão naquele jogo, chamava a torcida para participar e antes do jogo o clima era o melhor possível.

Eu acreditava de verdade na virada do Galo, mas o sentimento era misto. Tinha uma apreensão muito grande. Com menos de 3 minutos de jogo Tardelli intercepta um passe e toca para R10, que deixa Bernard na cara do gol, o garoto franzino marca e nos deixa a frente. Tive ali a impressão que seria fácil, mas foi só impressão. Jogo amarrado, Galo tentava pressionar e News tentava contra-atacar. Goleiro adversário fazendo pequenos milagres e aos 35 minutos em dividida com Tardelli se machuca e precisou de curativo e faixa na narina e testa, pênalti pro Galo e o juiz não deu e ainda amarelou Bernard pela reclamação (estava fora da 1° partida da final em caso de classificação), fim de primeiro tempo e ainda faltava pelo menos 1 gol. Segundo tempo tenso e sem grandes chances, Galo perdeu a intensidade e jogo estava frio. 
De repente os refletores do estádio se apagam, alguns dizem que foram os secadores azuis que fizeram a luz acabar outros afirmam que papai Kalil mandou desligar, eu não sei qual a verdade, mas sei que esse apagão foi fundamental para reanimar o Galo. Durante a parada a torcida se inflamou no grito de EU ACREDITO e o time acreditou junto. Cuca fez substituições que TODO atleticano criticou na hora, entraram Guilherme e Alecsandro, saíram Tardelli e Bernard. Eu não conseguia acreditar que o Cuca estava fazendo aquilo, até que aos 50 minutos, em um chute de fora da área Guilherme faz o segundo gol do Galo. Vamos para os pênaltis. Acreditamos no Galo e em nosso Santo, o São Victor. Nós começamos batendo.

Alecsandro, gol. Scoco, gol com cavadinha.
Guilherme, gol. Vergini, gol.
Jô, pra fora. Casco, errou.
Richarlisson, isolou. Cruzado, pra fora.
Ronaldinho, gol. Maxi Rodrigues, Viiiiiiiiiiiiictor defende.



Estamos classificados para nossa primeira final de Libertadores, agora mais do que nunca: EU ACREDITO.

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